Nova publicação: "Sabemos o que somos. Pessoas."

Nov. 3, 2011 - PRLog -- É fundamental que às pessoas transexuais sejam prestados cuidados de saúde adequados e sensíveis à diversidade de identidades e expressões de género. É ainda necessária a garantia de que em Portugal são cumpridas as diretrizes clínicas internacionais nesta matéria.

Por isso, a ILGA Portugal, no âmbito do trabalho desenvolvido pela equipa de projeto TRANSformation em colaboração com o seu Grupo de Reflexão e Intervenção em Transexualidade (GRIT), acaba de publicar a brochura "Sabemos o que somos. Pessoas."

Leia a publicação "Sabemos o que somos. Pessoas." em formato pdf, link abaixo  - ou impressa, no Centro LGBT* .
pdf: http://www.ilga-portugal.pt/ficheiros/pdfs/sqs.pdf

Transformation é o nome do projecto da Associação ILGA Portugal, com o apoio da ILGA-Europe no âmbito do seu Human Rights Violations Documentation Fund.


mais informação e contacto: 969 367 005



"Sabemos o que somos. Pessoas."
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A lei portuguesa reconhece finalmente o direito à identidade às pessoas transexuais, mas a sua cidadania plena exige um trabalho continuado contra a discriminação de que são alvo e a garantia do seu acesso à saúde.

Apesar de vários exemplos positivos, há ainda várias discrepâncias entre os Standards of Care (SOC) do WPATH e as práticas em Portugal.

Continua a existir a imposição de requisitos adicionais aos dos SOC para acesso a cuidados de saúde (desde terapias hormonais até cirurgias) , o que prejudica
de forma evidente a celeridade do processo e agrava e prolonga o mal-estar das pessoas transexuais e a própria experiência da discriminação.

Outro fator que acentua esta dificuldade é a necessidade,  para acesso a cirurgias, de um aval da Ordem dos Médicos, cujo Código Deontológico especifica de resto requisitos também eles muito mais restritivos do que os recomendados nos SOC.

É também possível identificar profissionais de saúde que demonstram grande rigidez face a papéis e expressões de género, não tendo formação específica nesta área. Aliás, não existe qualquer garantia de que profissionais de saúde das diferentes áreas discutirão opções reprodutivas com as pessoas transexuais antes de iniciar qualquer terapêutica.
Há, de resto, resistência à ideia de que os cuidados clínicos terão que ser individualizados e de que nem todas as pessoas transexuais procurarão o mesmo tipo de transformações do corpo. E há ainda uma ausência de critérios claros que especifiquem procedimentos face a menores.

Pelo contrário, é fundamental que profissionais de saúde, especialmente na área da saúde mental, respeitem as diretrizes internacionais, percebam também o impacto do estigma e da discriminação, e reconheçam a autonomia e os direitos das pessoas transexuais, sabendo adequar os cuidados a cada pessoa.
Um/a profissional de saúde deve ainda ter consciência da forma como as suas conceções pessoais acerca do género interferem na sua prática clínica.

O acesso a cuidados de saúde adequados, competentes e sensíveis à diversidade de identidades e expressões de género é fundamental. Pela dignidade das pessoas transexuais – e de todas as pessoas.


pdf: http://www.ilga-portugal.pt/ficheiros/pdfs/sqs.pdf

* Centro LGBT
Rua de São Lázaro, 88, 1150-333 Lisboa
[quarta a sábado, das 18h às 23h]
T. 218 873 922

# # #

Fundada em 1995, a Associação ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de reconhecida utilidade pública, sob a forma de Associação de Solidariedade Social - e é mais antiga associação de defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT) em Portugal.